segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Solar do Jambeiro







Frequento o solar desde o período de sua restauração. quando levei alunos para conhecer as técnicas que lá foram aplicadas. Um deles me moldou a face de Cristo em gesso. Um luxo.
Por conta do jambeiro maravilhoso que há em seu jardim e que deixa o chão como um tapete róseo, plantei um jambeiro aqui em casa. Quando florir, quero me deitar no tapete de flores.
Todas as vezes que vou até o solar fico imaginando como deve ser morar num lugar assim, crescer brincando naquele jardim, comer jambo fresquinho...
Um pouco da história desse solar que abrigou o concerto de sábado do qual já falei:
Construído em 1872 por Bento Joaquim Alves Pereira, rico português residente no Rio de Janeiro, o Palacete Bartholdy ou Solar do Jambeiro é um notável exemplar da arquitetura residencial urbana burguesa, em meados do século XIX. Em meio à bela chácara arborizada, ergue-se o amplo sobrado, revestido de autênticos azulejos de padrão, típicos das construções portuguesas.
Originalmente e por breve período, serviu como residência de seu construtor, sendo depois alugado ao médico Júlio Magalhães Calvet. De maio de 1887 a março de 1888, foi ocupado pelo pintor Antônio Parreiras que, em seguida, construiria sua residência própria, nas proximidades do solar. Em 1892, Bento Joaquim vendeu a propriedade ao diplomata dinamarquês
Georg Christian Bartholdy.
Ao longo de quase trinta anos, o belo sobrado continuou a abrigar famílias e atividades diversas, tendo em vista as frequentes ausências decorrentes da atividade profissional de seu novo proprietário. Em 1903, sediou o Clube Internacional, agremiação de caráter recreativo cultural, que reunia a sociedade niteroiense e as colônias estrangeiras; entre 1911 e 1915, esteve alugado ao Colégio da Sagrada Família; em 1918, foi ocupado por Pedro de Sousa Ribeiro, da Guarda Nacional. Finalmente, a partir de 1920, a família Bartholdy passou a residir no palacete, quando foram introduzidas modificações no interior do imóvel.
Em 1950, Vera Fabiana Gad, filha do diplomata, adquiriu a parte pertencente a seus irmãos e ocupou o solar até 1975. Seu único filho, Egon Falkenberg, recebeu o bem em herança, juntamente com sua mulher Lúcia, e após a morte do casal o prédio permaneceu com os respectivos herdeiros. Durante as décadas de 1980 e 1990, o solar esteve fechado, sendo eventualmente arrendado para atividades inadequadas, o que acelerou sua descaracterização e deterioração. Em 12 de agosto de 1997, o
Solar do Jambeiro foi desapropriado pela Prefeitura Municipal de Niterói, com vistas a resguardar sua integridade física e restaurar seus aspectos históricos e arquitetônicos, motivadores de seu tombamento federal.


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